Quem é a deputada do PT que está em flotilha financiada pelo grupo terrorista Hamas e interceptada por Israel


Trajeto de Luizianne Lins e outros militantes à Gaza foi interrompido por forças de segurança na quarta-feira 1º

Uma flotilha humanitária que seguia rumo à Faixa de Gaza foi interceptada por forças de Israel em águas internacionais, na quarta-feira 1º. Entre os passageiros estava a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e outros integrantes da Flotilha Global Sumud (GSF).

O grupo buscava entregar suprimentos a Gaza, partindo de portos no Mediterrâneo. Luizianne Lins nasceu no Ceará e tem 56 anos. Exerceu dois mandatos como prefeita de Fortaleza entre 2005 e 2012, além de ter sido vereadora, deputada estadual e presidente do diretório municipal do PT em Fortaleza. Atualmente, ela cumpre seu segundo mandato como deputada federal.

Graduada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará, Luizianne é professora concursada da instituição desde 1995, cargo do qual está licenciada. A própria deputada comunicou a interceptação em vídeo publicado nas redes sociais.

“Se você está assistindo este vídeo é porque eu fui sequestrada pelas forças de ocupação israelenses e levada contra a minha vontade”, disse Luizianne. “Peço ao meu governo para acabar com qualquer relação econômica com Israel e a me levar para a casa.”

De acordo com sua assessoria, o último contato estabelecido com a deputada ocorreu por volta das 18h30 de quarta-feira, cerca de uma hora antes da abordagem. 

“Agradecemos imensamente à ampla rede de cuidado e solidariedade que se mobilizou desde os primeiros sinais de intercepção”, informou a equipe. “Seguiremos na busca de informações e traremos atualização em breve”.

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Flotilha de Gaza é financiada pelo Hamas

Na terça-feira 30, Israel divulgou documentos que ligam o grupo terrorista Hamas à condução e ao financiamento da flotilha. Entre os materiais está um texto de 2021 assinado por Ismail Haniyeh, ex-chefe político do Hamas, que confirma o apoio formal à Conferência Palestina para Palestinos no Exterior (PCPA).

O Estado judeu afirma que o grupo, criado em 2018, funciona como fachada para atividades da organização. Segundo Israel, o PCPA atua como representação internacional do Hamas e organiza manifestações no exterior. O governo declarou a entidade terrorista em 2021.

Autoridades se manifestam depois de deputada do PT ser interceptada por Israel

Depois da abordagem, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), solicitou apoio imediato ao Itamaraty para garantir os direitos da parlamentar e dos demais brasileiros envolvidos.

“Pedi o apoio do Itamaraty no contato com as autoridades israelenses com o objetivo de que a deputada Luizianne tenha todas as suas prerrogativas enquanto parlamentar respeitadas, bem como os direitos dos demais brasileiros que estão passando por esse momento”, disse Motta.

O Itamaraty expressou “preocupação” com o episódio, condenando a ação militar de Israel e afirmando que a ação “coloca em risco a integridade física de manifestantes pacíficos”. A chancelaria também reiterou o pedido para que Israel suspenda as restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Segundo a nota, “a Embaixada do Brasil em Tel Aviv mantém contato permanente com as autoridades israelenses para prestar a assistência consular necessária aos cidadãos brasileiros, conforme previsto na Convenção de Viena sobre Relações Consulares”.

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