Lula ataca policiais e chama megaoperação que matou traficantes do CV de "desastrosa e matança” e quer investigação federal para que nunca mais ocorra outra igual no Brasil


Um dado estatístico disruptivo redefiniu o debate sobre segurança pública no Brasil: uma megaoperação policial no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV) resultou em 121 mortos na última semana. A escala da letalidade provocou uma reação direta do Presidente Lula, que classificou a operação policial no Rio como uma "matança" e exigiu uma investigação federal.

O saldo da operação, que visava prender lideranças de facções, é complexo. Entre os 121 mortos estão 4 policiais (dois militares e dois civis), com os demais 117 sendo apontados pelas autoridades como suspeitos ligados ao tráfico. 

(É um número que, francamente, choca pela magnitude). A declaração de Lula, feita em Belém (PA), tensiona diretamente a relação entre o Planalto e o governo do Rio de Janeiro.

A declaração, feita durante um evento no Rio, coloca o governo federal em rota de colisão com as forças de segurança estaduais. O presidente não se limitou à crítica. Ele questionou o "despreparo" da polícia e anunciou que tomará medidas imediatas, envolvendo o Ministério da Justiça. (Confesso que o uso do termo "matança" pelo presidente eleva a tensão política a um novo patamar).

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A "Matança": O que Lula disse exatamente sobre a Operação no Rio?

A crítica do presidente Lula à operação policial no Rio foi inequívoca. Em entrevista, ele afirmou: "Houve a matança. Eu acho que é importante a gente verificar em que condições ela se deu". A declaração foi além, questionando o preparo das forças de segurança para diferenciar criminosos da população civil em áreas densas.

Apesar da crítica dura, o presidente prestou condolências aos policiais mortos em ação. No entanto, é crucial notar que o foco de sua fala foi a escala da letalidade, que ele considerou inaceitável, e a necessidade de uma apuração externa sobre a conduta dos agentes envolvidos.


O Saldo e o Objetivo da Ação Policial

Para entender a reação presidencial, é preciso olhar os números da operação, já considerada a mais letal da história do Rio. A ação conjunta mobilizou centenas de agentes federais e estaduais (BOPE e Polícia Civil).

Qual foi o resultado da operação?Os Números Oficiais da Operação Contenção

A "Operação Contenção", deflagrada pelas polícias Civil e Militar do RJ em 28 de outubro de 2025, tinha como alvo o Comando Vermelho nos Complexos do Alemão e da Penha. Os números oficiais são os seguintes:

  • 121 Mortos no Total

  • 4 Policiais (mortos em confronto)

  • 117 bandidos (mortos)

  • 113 Presos (segundo dados do governo do RJ)

  • 91 Fuzis Apreendidos

Investigação Federal: Qual será o próximo passo?

A declaração de Lula não foi apenas retórica. Ele instruiu publicamente o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a analisar o caso e iniciar uma investigação federal. Isso significa que a Polícia Federal (PF) deve apurar as circunstâncias das 121 mortes, buscando identificar se houve excessos, execuções ou violações de direitos humanos.

Isso pode gerar um atrito federativo, já que a segurança pública é, constitucionalmente, uma responsabilidade dos estados. A investigação federal atuará em paralelo (e, por vezes, em conflito) com as investigações da própria Corregedoria da polícia do Rio de Janeiro.

O que isso significa na prática?

  1. Conflito Político: Aumenta a tensão entre o Palácio do Planalto (Lula, PT) e o governo do Rio de Janeiro (Cláudio Castro, PL).

  2. Dupla Perícia: Se a PF participar, haverá uma perícia federal nos corpos e no local, além da perícia estadual (feita pela Polícia Civil do RJ).

  3. Foco na Conduta: A investigação federal não focará no combate ao crime (que é estadual), mas sim em possíveis violações de direitos humanos e na conduta dos agentes durante a operação.


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