VÍDEO: Advogada de presos políticos não se acovarda, mostra devastação gerada por Alexandre de Moraes e dá dura resposta a Paulinho da Força: ‘não tem dosimetria para quem não cometeu crime’


O Embate na Câmara: Anistia vs. Dosimetria

Em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, a advogada Taniéli Telles, que representa presos do 8 de janeiro, fez um discurso contundente.

Sua fala expôs o drama humano dos réus e criticou duramente a proposta de "dosimetria das penas", defendida pelo deputado Paulinho da Força, relator do projeto de anistia.

O debate ocorre em um momento de alta tensão política sobre o destino dos condenados. Este artigo resume os três principais argumentos da advogada, que abordam desde a base jurídica da defesa até acusações de uma suposta manobra política.

A Crítica Central: "Não Existe Pena para Inocente"

O ponto central da argumentação de Taniéli Telles é a rejeição total da ideia de ajustar as sentenças. Para ela, isso seria validar condenações que a defesa considera injustas.

"Dosimetria de pena deveria ter sido feita na fase judicial, mas pra isso deveria ter acontecido a individualização da conduta de cada um deles, coisa que não aconteceu", afirmou a advogada.

Ela argumenta que a tese de "crimes multitudinários" tratou todos os réus de forma coletiva, sem analisar as ações de cada um. Na visão da defesa, isso invalida os processos.

Pontos-chave da tese da defesa:

  1. Falta de Individualização: A principal crítica é que as sentenças não diferenciaram as ações de cada réu.

  2. Violação do Direito: A ausência dessa etapa, segundo Telles, torna as condenações juridicamente frágeis.

  3. Solução Proposta: A advogada defende que "o correto seria a anulação de todos esses processos".

  4. Inviabilidade da Dosimetria: Portanto, para ela, não há como ajustar uma pena que sequer deveria existir.

O Rosto Humano da Crise: Histórias de Devastação

A advogada buscou "dar rostos a esses nomes", descrevendo o que classificou como um "quadro apavorante de violações de direitos humanos".

Ela destacou a devastação causada nas vidas dos presos e de suas famílias, com um alerta específico sobre a situação de saúde dos detentos mais velhos.

"Essas pessoas aqui, quanto tempo elas têm, dentro das prisões, sem um tratamento médico adequado?", questionou Telles. Ela pediu que o relator do projeto analise os processos de forma humanizada, e não apenas política.

A Conexão com Bolsonaro: A Tese de Perseguição Política

Finalmente, Taniéli Telles conectou as condenações a um objetivo político maior. Para a advogada, a anistia deve incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Não existe anistia sem o nosso presidente Jair Messias Bolsonaro, porque ele é só mais uma vítima", declarou.

Segundo sua tese, as condenações em massa seriam necessárias para construir e validar a narrativa de "tentativa de golpe de Estado". Esse respaldo, argumenta Telles, seria o passo fundamental "para a Suprema Corte colocar a mão no presidente, acusá-lo, condená-lo e prendê-lo".

 A Luta por Anistia Ampla e Irrestrita

O discurso da advogada Taniéli Telles reforça a posição da defesa: a única solução aceitável é a anistia completa.

A estratégia apresentada por ela se baseia em três pilares: humanizar os réus, desmontar a base jurídica das condenações e enquadrar o processo como uma perseguição política.

  • A defesa dos réus do 8/1 rejeita a "dosimetria da pena", argumentando que não se pode ajustar sentenças de quem consideram inocentes.

  • A falta de "individualização da conduta" é o principal argumento jurídico para pedir a anulação dos processos.

  • A advogada alega que as condenações têm como objetivo final criar um precedente para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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