Desembargador Sebastião Coelho denuncia grave ‘cortina de fumaça’ e cumplicidade de ministros do STF com violações de Alexandre de Moraes diante de comissão da OEA
Ministros do STF são acusados de cumplicidade com Alexandre de Moraes em violações de direitos humanos
O desembargador aposentado Sebastião Coelho, conhecido por sua atuação na defesa de presos e perseguidos políticos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez um pronunciamento impactante diante do relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Durante o encontro, Coelho denunciou o que chamou de "estado de exceção" vivido pelo Brasil, alertando para a suposta utilização dos acontecimentos de 8 de janeiro como uma "cortina de fumaça" para justificar abusos contra opositores políticos.
— Desde 2019, eles abusam da Constituição com decisões secretas. A história do 8 de janeiro é apenas um pretexto para dizerem que estão defendendo a democracia. Mentira! — afirmou o desembargador.
Violações no julgamento dos presos de 8 de janeiro
Sebastião Coelho relembrou que foi o primeiro a fazer sustentação oral nos julgamentos dos presos de 8 de janeiro e revelou que, logo após seu discurso, os ministros do STF decidiram proibir outras sustentações orais, impedindo advogados de defenderem seus clientes.
— Isso é uma violação flagrante dos direitos humanos! Minutos antes de eu iniciar minha fala, fui informado de que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) havia aberto um procedimento contra mim. Isso mostra como funciona o sistema de perseguição política no Brasil.
O desembargador ainda reforçou que todos os ministros do STF agora participam ativamente dessas violações, não apenas Alexandre de Moraes.
— No Brasil, "fake news" é qualquer coisa que não atenda aos interesses do STF — denunciou.
Acusações diretas contra Alexandre de Moraes
Sebastião Coelho foi ainda mais incisivo ao afirmar que Alexandre de Moraes tem "sangue nas mãos" e citou o caso de Clériston Pereira, conhecido como "Clezão", que morreu na prisão.
— Ele morreu na prisão por culpa exclusiva de Alexandre de Moraes. Isso precisa ser investigado! — afirmou.
O desembargador sugeriu que o relator da OEA visite presos emblemáticos, como Daniel Silveira e Filipe Martins, para entender de perto a realidade da perseguição política no Brasil.
— Vivemos uma ditadura disfarçada de democracia. O STF se aliou ao Executivo e governa o país com mão de ferro. Esse modelo precisa ser exposto e condenado internacionalmente.
Denúncias acumuladas há mais de cinco anos
Coelho lembrou que as denúncias contra Alexandre de Moraes já se acumulam há mais de cinco anos na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, desde que o então presidente do STF, Dias Toffoli, criou um inquérito sem base legal para perseguir opositores políticos.
— Esse inquérito segue aberto até hoje, destruindo famílias e sufocando a liberdade de expressão no Brasil.
Em sua declaração final, o desembargador foi direto sobre o destino que acredita ser o correto para Alexandre de Moraes:
— Esse homem precisa perder o cargo e ser preso. Essa é a justiça que o Brasil espera.
As denúncias apresentadas pelo desembargador Sebastião Coelho aumentam a pressão internacional sobre o Supremo Tribunal Federal e reforçam os questionamentos sobre a condução da justiça no Brasil.
A expectativa agora é sobre os próximos passos da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que pode ampliar investigações e cobrar explicações do governo brasileiro.
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