Caso Alexandre de Moraes em Roma: delegado que indiciou família ganha cargo na Europa
Delegado Thiago Severo foi agraciado com o cargo na Europa há duas semanas, antes de indiciar a família que se envolveu na confusão com Moraes | Foto: Divulgação/PF |
Thiago Severo de Rezende foi nomeado para atuar como
oficial de ligação na Europol, em Haia, por dois anos
O delegado da Polícia Federal Thiago Severo de Rezende, que
indiciou três brasileiros por crimes contra o ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua família, ganhou um cargo na Europa,
informou o site Poder360.
O delegado foi designado em 16 de maio para atuar como
oficial de ligação com a Europol, em Haia, por dois anos. A nomeação foi
oficializada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e publicada no Diário
Oficial da União.
Portaria com a indicação de Thiago Severo | Foto: Reprodução/Diário Oficial da União
Responsável pelo indiciamento da família que hostilizou o
ministro Alexandre de Moraes em Roma, Rezende tem sua missão em Haia descrita
como transitória. A mudança inclui transporte de mobília e bagagens, com
direito a levar seus dependentes.
A publicação oficial não divulgou o salário do delegado na
Europol. Consultados pelo site, a agência, a PF e o Ministério da Justiça não
responderam sobre a remuneração até a publicação desta reportagem. O salário
atual de Rezende também não está disponível no Portal da Transparência.
Com outro delegado, Polícia Federal tinha deixado de indiciar família que se envolveu em confusão com Moraes em Roma
Com o delegado Thiago Severo, Polícia Federal recuou e indiciou Roberto Mantovani Filho, sua mulher, Andreia Montovani, e seu genro, Alex Zanatta | Foto: Reprodução/Redes socias |
Em julho de 2023, o empresário Roberto Mantovani Filho, sua
esposa, Andreia Mantovani, e seu genro Alex Zanatta foram acusados de calúnia
depois de ter hostilizado Alexandre de Moraes no Aeroporto Internacional de
Roma. Eles teriam chamado o ministro de “bandido, comunista e comprado”.
Entretanto, em fevereiro, sob o comando do delegado Hiroshi
de Araújo Sakaki, então responsável pelo caso, Mantovani Filho e sua família
não foram indiciados. O delegado encerrou a investigação e concluiu que
Mantovani cometeu crime de injúria real contra o filho de Moraes, mas que não
promoveu o indiciamento.
Segundo Sakaki, uma instrução normativa da PF veda o
indiciamento por crime de menor potencial ofensivo, de pena máxima de dois
anos.
Agora, porém, o novo delegado do caso entendeu que, além de
injúria, os três cometeram o crime de calúnia, agravado por ter sido perpetrado
contra um funcionário público em razão de suas funções.
Nenhum comentário