Lula quer prisão com pena de 5 anos para fake news, mesma lei foi criada pelo ditador Ortega e hoje serve para perseguir opositores
Oposição faz campanha para
manter o veto de Jair Bolsonaro a Lei de Segurança Nacional
O Congresso Nacional
retomará a votação do veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Lei
14.197/2021, que revogou a Lei de Segurança Nacional. O veto inclui a criação
de um crime de disseminação de “fake news” sobre o processo eleitoral, com pena
de até cinco anos de prisão.
Para evitar que o veto
seja derrubado, a oposição tem se organizado para conseguir votos suficientes
para manter o veto. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez um vídeo para falar
sobre o caso e fazer um alerta.
– A base do governo Lula
no Congresso vai mais uma vez tentar criar o crime de fake news com punição de
cadeia de até cinco anos. E fica sempre a dúvida: quem define o que é fake
news? O governo? O Judiciário? O consórcio da imprensa? – declarou.
E continuou:
– Eles não conseguem mais
manipular a opinião pública e, com um falso argumento de combater as mentiras
nas redes sociais, cada dia fica mais claro que a real intenção é censurar quem
fala algo que os desagrada ou contra o atual governo. Não suportam quem tem uma
opinião diferente deles.
Além de Flávio Bolsonaro, o
deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também se pronunciou sobre a
situação.
– Amanhã a esquerda no
Congresso vai tentar, mais uma vez, criar o crime de “fakenews”, com até 5 anos
de cadeia. Precisamos manter o veto. Cobrem seus parlamentares – deputados e
senadores. Eles não cansam, a gente também não – escreveu Nikolas no X.
O senador Eduardo Girão
(Novo-RN) também se manifestou. Na tribuna do Senado, ele declarou que o veto a
ser votado vai “praticamente algemar a polícia em manifestações que ela não
pode agir”. O parlamentar cita, por exemplo, que a polícia não poderá agir em
casos de invasão de terras.
LEIA TAMBÉM:
Assista:
Nesta terça-feira (28), a base de Lula no Congresso vai tentar, mais uma vez, criar o crime de “fake news”, com até 5 anos de cadeia…
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) May 27, 2024
Cobre os deputados e senadores do seu Estado para que votem SIM, para que votem pela manutenção do veto da LIBERDADE! pic.twitter.com/DsayLkKRHa
Senador Girão faz forte discurso sobre o veto 46 que será votado amanhã! pic.twitter.com/021vYdNVIT
— Gustavo Gayer (@GayerGus) May 27, 2024
SIM ao veto 46!!! pic.twitter.com/986GEVv2XO
— Gustavo Gayer (@GayerGus) May 27, 2024
Nicarágua cria lei com prisão de 10 anos a quem o governo considerar que publica notícias falsas (Fake News)
Ditadura de Ortega também
poderá prender quem fez as informações da administração vazarem
A pena será de um a dez
anos de prisão. A norma, conhecida como Lei Mordaça, não se dirige apenas a
jornalistas, mas a qualquer cidadão que fizer críticas à administração de
Ortega em plataformas digitais.
Desde 2018, o ditador
endureceu a perseguição a adversários políticos e aos cristãos, fechando
igrejas e emissoras de rádio ou televisão com uma linha crítica ao seu governo.
Em 2021, ele “venceu” as eleições, levando à prisão os outros sete candidatos
ao governo.
A Lei Especial dos Delitos
Cibernéticos, de acordo com opositores de Ortega, é parte de um pacote
legislativo de três normas para calar quem denuncia as constantes violações de
direitos humanos no país.
A primeira delas é a Lei
de Agentes Estrangeiros, que proíbe o financiamento e as doações internacionais
à sociedade civil, ONGs, jornalistas e especialmente grupos de oposição, como
forma de limitar suas atividades de organização política. A próxima é uma lei
que vai impor penas de prisão perpétua para “punir os crimes de ódio” aos
detratores de Ortega e de seu governo, cuja vice-presidente é a mulher do
ditador, Rosario Murillo.
O que mais chama a atenção
com a aprovação da lei de crimes digitais é que será o próprio governo quem
determinará se uma informação publicada é falsa. “Quem, usando as tecnologias
da informação e da comunicação, publicar ou difundir informação falsa e/ou
tergiversada, que gere alarme, temor, desânimo na população, ou a um grupo ou
setor dela, a uma pessoa ou a sua família, ficará sujeito à pena de dois a
quatro anos de prisão e 300 a 500 dias de multa”, diz o artigo 30 da lei.
Nos artigos seguintes, há
causa de aumento de pena, que pode levar a punição para até cinco anos de
prisão. A nova lei também impõe penas de cinco a nove anos de prisão para quem
publicar vazamentos de informação sobre o governo, uma prática jornalística
recorrente em um regime de zero transparência pública.
Outro artigo polêmico, o
39, diz que o governo poderá obrigar os provedores de internet na Nicarágua a
“compilarem, extraírem ou gravarem os dados relativos a um usuário, assim como
o tráfego de dados em tempo real, através da aplicação de medidas
tecnológicas”.
Analistas do setor de
informações acreditam que, do ponto de vista técnico, a ditadura de Ortega
teria capacidade limitada de controlar o espectro digital, devido à imensa
quantidade de informação gerada nas redes sociais e outros sites, tal como as
estruturas da Rússia e da China.
Outra possibilidade seria
que o governo obrigasse os provedores de serviço de internet a restringirem o
acesso a sites e redes sociais, colocando endereços de sites em uma lista
proibida, como acontece na Venezuela e em Cuba, por exemplo.
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