Imagens de satélite mostram antes e depois de regiões afetadas por inundações no Rio Grande do Sul


Imagens impactantes capturadas pelo satélite Sentinel-2, do Programa Espacial da União Europeia, revelam a devastação causada pelas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul há mais de uma semana. 

Os registros, divulgados nesta segunda-feira, 6, oferecem uma visão aérea que destaca a magnitude das inundações, abrangendo áreas afetadas pelos transbordamentos dos rios Taquari e Caí, além do Lago Guaíba e o Rio dos Sinos, que inundaram diversas cidades gaúchas.

 De acordo com informações da Defesa Civil, os impactos dessa catástrofe já atingiram cerca de 1,3 milhão de habitantes em 388 municípios do estado. Atualmente, mais de 200 mil pessoas encontram-se desalojadas ou desabrigadas, enquanto outras buscam refúgio em residências de amigos ou familiares.

 Os números são preocupantes: o Rio Grande do Sul registra oficialmente 90 mortes decorrentes das enchentes, com autoridades alertando para a possibilidade de um aumento desse trágico saldo, somando-se a isso 132 pessoas ainda desaparecidas.

 Na Região Metropolitana de Porto Alegre, a situação é crítica, com lagos e rios atingindo níveis alarmantes e sem expectativa de uma significativa diminuição das águas nos próximos dias. 

O Lago Guaíba, por exemplo, manteve-se em torno de 5,27 metros nas últimas 24 horas, ultrapassando a marca de inundação estabelecida em 3 metros. O cenário indica uma prolongada e árdua recuperação para as comunidades afetadas por essa tragédia.

Recuo das águas mostra destruição no Rio Grande do Sul

No centro do estado, o recuo das águas começa a revelar a extensão dos danos à infraestrutura, com residências e pontes devastadas em cidades como Roca Sales, Cruzeiro do Sul e Estrela. No entanto, a volta das chuvas em algumas regiões do Rio Grande do Sul dificulta os esforços de recuperação desses municípios.

As precipitações são motivo de preocupação, especialmente para as cidades próximas à Lagoa dos Patos, no sul do estado, onde municípios como Pelotas e Rio Grande enfrentam o risco iminente de mais inundações devido ao escoamento das águas da Grande Porto Alegre.

 As condições climáticas também impactaram a infraestrutura de transporte, com estradas e o Aeroporto Salgado Filho, na capital do estado, tornando-se inacessíveis. A previsão é de que o terminal permaneça fechado até o final do mês devido às inundações.

 A escassez de água potável e alimentos já afeta a região de Porto Alegre, resultando no decreto de racionamento de água, com apenas um dos seis centros de tratamento em operação. 

A situação nos hospitais da capital gaúcha é crítica, com abastecimento sendo realizado por caminhões-pipa, enquanto a prefeitura recomenda a evacuação de áreas de risco em diversas partes da cidade.

 Diante desses desafios, o governo estadual iniciou a instalação de hospitais de campanha no interior do estado desde domingo, 6, visando fortalecer a infraestrutura de saúde e oferecer suporte às comunidades afetadas pelas enchentes.


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