Fraude de R$ 200 mi: vereadores do MDB, Podemos e PSD são presos suspeitos de favorecer PCC
Operação do MPSP mira esquema de fraude em contratos públicos que beneficiavam empresas ligadas ao PCC; transações somam R$ 200 milhões
Três vereadores de diferentes cidades do estado de São
Paulo foram presos, nesta terça-feira (16/4), em operação do Ministério Público
de São Paulo contra empresas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC), em
um esquema envolvendo contratos que somam R$ 200 milhões. Outras 11 pessoas
foram presas, entre empresários e servidores. Há ainda um mandado de prisão que
não foi cumprido.
Os vereadores presos são Flavio Batista de Souza
(Podemos, de Ferraz de Vasconcelos), Luiz Carlos Alves Dias (MDB, de Santa
Isabel) e Ricardo Queixão (PSD, de Cubatão).
De acordo com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao
Crime Organizado (Gaeco), que coordena as investigações, o esquema atuava para
beneficiar empresas ligadas ao PCC no sentido de obter contratos públicos com
prefeituras, câmaras municipais e governo do estado.
Em alguns casos, segundo as apurações, era a própria
facção que dava a palavra final sobre quais empresas deveriam obter os
contratos.
Os contratos envolvem empresas que prestam serviços de
mão de obra de limpeza, fiscalização e vigilância em prefeituras, câmaras e
órgãos do Estado.
Na operação, batizada de Operação Muditia, além dos 15
mandados de prisão, são cumpridos 42 de busca e apreensão.
Os contratos públicos assinados pelo grupo, de acordo com
os promotores, ultrapassam R$ 200 milhões. As suspeitas recaem sobre licitações
em cidades como São Paulo, Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos, Poá e Cubatão,
entre outras.
Outro lado
O Metrópoles tentou contato com as defesas e os gabinetes
dos três vereadores presos, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para
manifestações.
Em nota, a Câmara Municipal de Santa Isabel, na Grande
São Paulo, afirmou que tomou conhecimento a respeito da operação, que vem
colaborando com as investigações e se coloca a disposição da Justiça para
maiores esclarecimentos. “Quanto aos mandados de prisão, informamos que não
fomos cientificados acerca de eventuais prisões”, diz o texto.
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